
Reatores com revestimento vitrificado são bastante utilizados em processos da indústria farmacêutica e de ciências da vida por sua resistência à corrosão química e facilidade de higienização. Mas, como qualquer equipamento, eles estão sujeitos ao desgaste, microfissuras e falhas que não podem ser detectadas apenas com inspeções visuais simples.
Neste artigo, explicamos os principais métodos de inspeção usados para avaliar a integridade do revestimento vitrificado em reatores, por que eles são importantes e como interpretá-los na prática.
O que é um revestimento vitrificado?
O vitrificado é uma camada de esmalte cerâmico aplicada à superfície metálica do reator, com a função de proteger contra ataques químicos, evitar contaminações e facilitar a limpeza. Ele é essencial em processos que exigem alto grau de proteção contra corrosão, como nos processos de formulação de insumos farmacêuticos ativos no qual ácidos e solventes são utilizados nas reações.
Com o tempo, o revestimento pode sofrer danos por variações térmicas, impactos mecânicos ou simples desgaste por uso. Por isso, a inspeção técnica periódica é recomendada.
3 testes técnicos usados na inspeção de reatores vitrificados
1. Teste de centelha (spark test)
Esse ensaio é feito com um Holiday Detector, que aplica uma voltagem controlada sobre a superfície vitrificada. Se houver qualquer microfissura ou falha na camada, ocorre um arco elétrico no ponto de descontinuidade.
Voltagens comuns ficam entre 5 e 7 kV, e o teste é não destrutivo. É um dos métodos mais eficientes para detectar falhas invisíveis a olho nu.
2. Medição de espessura
A espessura da camada vitrificada é medida com um equipamento portátil específico para bases ferrosas. Essa medição, feita por amostragem, indica se há desgaste ou aplicação irregular do revestimento. A faixa de detecção costuma ir de 0,00 até 6,00 mm, e valores abaixo do recomendado podem representar risco de falha no isolamento.
3. Inspeção visual técnica
Apesar de simples, a inspeção visual é importante como etapa complementar. Um profissional treinado consegue identificar áreas com sinais de desgaste, bolhas, trincas superficiais, manchas ou pontos de delaminação. É comum fazer registros fotográficos e classificações de risco com base no que é observado.
Por que essas inspeções são tão importantes?
- Evita contaminação cruzada: danos no vitrificado podem expor o metal, contaminando produtos ou interferindo no processo.
- Previne falhas operacionais: uma trinca não identificada pode crescer e comprometer a vedação ou causar paradas inesperadas, além de comprometer o equipamento permanentemente.
- Ajuda a cumprir normas sanitárias: inspeções técnicas bem documentadas são exigência comum em auditorias GMP e certificações ISO.
Além disso, essas avaliações ajudam a planejar manutenções preventivas e aumentam a vida útil do equipamento.
Se você trabalha com reatores vitrificados, conhecer e aplicar essas técnicas de inspeção pode evitar perdas operacionais, proteger seu processo produtivo e manter a conformidade regulatória.
Para saber mais sobre como aplicar essas técnicas no seu processo, acesse o conteúdo técnico completo da MGC:
https://mgclsc.com/inspecao-e-reparo-de-reatores-vitrificados